O Declínio da Autoridade
Embora
a psicologia tenha contribuído e muito para o desenvolvimento humano nos
deparamos hoje com a troca de valores, e o declínio da autoridade.
Se
por um lado a teoria nos mostra que podemos controlar o comportamento humano e
como educadores sabemos que se o fizermos com intuito de ajudar isto é; educar,
levando a criança para o caminho do bem, melhor dizendo para o caminho das
virtudes e bons princípios, teremos seres humanos sem vícios e ou seres humanos
adultos com comportamento aceitável, agradável, polido, educado.
Durante
muito tempo seguimos um modelo de educação que hoje não é mais aceito, o mesmo,
sabemos que não era perfeito.
Hoje
temos outro modelo a ser seguido, questionável e criticado por muitos e
defendido por outros. O mesmo modelo é o inverso do primeiro citado e também apresenta
as suas falhas.
Não
estou defendendo modelos, nem criticando os mesmos, mas quero apresentar a
realidade, o que vejo, percebo, observo no cotidiano da educação.
Sabemos
que escola não educa, mas ensina e que pais é quem são os responsáveis pela
educação de seus filhos.
Hoje,
segundo pesquisas, os pais não estão cumprindo esse papel de educadores,
deixando para a escola a responsabilidade de fazê-lo.
Ocorre
que as crianças ficam desnorteadas e acabam se destruindo.
Com
a modernidade os pais e mães estão sempre fora de casa deixando seus filhos aos
cuidados de outrem ou da escola.
A
figura da mãe foi transformada em pessoa (masculina e feminina) com a dupla
responsabilidade e o pai foi destituído do seu real papel de provedor do lar e
declinou.
Os
filhos hoje com toda essa confusão familiar, estão fazendo o que querem ou o
que acreditam ser o certo, por não terem um modelo de certo ou errado. Fazem o
que lhes apraz e como lhes apraz.
Os pais falharam, pois a família está com seu
papel invertido, são os filhos quem mandam e são os pais quem hoje obedecem.
“Devido
ao desamparo do pai na sociedade contemporânea, qualquer bom pai teme dizer
“não” ao filho”. (p. 114)
“Jovens,
em todos os tempos e culturas, sempre tiveram impulsos transgressivos; sempre
se comportaram desafiando a autoridade e desprezando as regras de boa
convivência”. Em sua época, Sócrates (1980) já se queixava da juventude e pedia
ao seu filho, Lâmpocles, o mais velho dos seus filhos, ser tolerante com sua
mãe. Os
Jovens
são intolerantes ou transgridem as regras – não necessariamente por maldade,
mas sim para testar seus limites – dão asas aos seus impulsos e paixões, levam
ao máximo sua liberdade e senso de independência, não se importando em ter de
pagar um alto preço por isso. ”(p.116)
CARBELLO,
Sandra Regina Cassol.
A
escola está falida, pois professores não tem autonomia, a incompetência da
escola e dos professores está em funcionar como prótese desse sistema cultural
falido.
Com
a minha experiência na escola, percebo que as crianças pedem atenção e limites
o tempo todo.
Elas
gostam de sentir que alguém se importa com elas, embora elas se queixem e
resistam em obedecer às normas escolares.
Parece
não haver diálogo em seus lares, pelo fato de seus pais trabalharem e elas
passarem o tempo na rua e na escola, algumas passam o seu tempo em escola de
futebol, outras na escola integrada, e outras na casa de avós.
Atendendo pais juntamente com as
Pedagogas, muitas vezes perguntamos como a criança é em casa, pais e mães mentem
e acreditam na sua própria mentira.
Observamos que por não poderem ou não
saberem conciliar o trabalho com a educação dos filhos eles tentam uma compensação dando tudo o que eles querem
como brinquedos, celulares, tênis de marca, dinheiro e etc...
A carência das crianças faz com que elas
peçam socorro, deixando de cumprir com a responsabilidade na escola. Tornam-se
violentas, indisciplinadas, sem interesse pelo estudo. As crianças não
conseguem aprender, pois se recusam a fazer as tarefas escolares e os deveres
de casa, não tem interesse pela leitura e a escola se transforma em ponto de
encontro; elas se encontram apenas para dividirem suas carências.